Produtos biológicos e naturais para uma agricultura brasileira sustentável: um estudo sobro o uso de certificações verdes em uma indústria do mercado de defensivos no interior de São Paulo

Autores

  • Cesio Pinto Barbosa Lemos
  • Vinicius Milleo Kuromoto

Resumo

O Brasil tem se destacado mundialmente pela expansão agrícola simultaneamente à preservação ambiental. O principal objetivo do presente estudo é traçar um panorama sobre o papel das iniciativas de certificação ambiental, em específico o selo de “defensivo aplicável em agricultura orgânica†do certificador IBD como ferramenta de acesso e diferenciação dos produtos da empresa a mercados, com foco em defensivos naturais em uma indústria no interior de São Paulo e sua cadeia de distribuição em rede nacional. Apresenta-se, portanto, uma visão dos aspectos relacionados às interações entre certificação ambiental, agricultura, na visão de uma empresa de defensivos do interior de São Paulo. A fundamentação teórica passa da descrição da evolução do agronegócio, pontuando aspectos relevantes ao desenvolvimento agrícola no mundo, também foram pesquisados temas relacionados à cadeia produtiva do agronegócio Brasileiro, compreendendo algumas peculiaridades e pontualidades do sistema agrícola brasileiro, foram estudadas também as certificações socioambientais relacionadas ao agronegócio e uma pesquisa mais aprofundada sobre a certificação agrícola mais comum no brasil relativas ao Instituto de Biodinâmica (IBD), adquirida pelo grupo QIMA, maior certificadora ambiental do mundo. Foi utilizada uma pesquisa qualitativa, que adotou o método do estudo de caso, para analisar uma fabricante de insumos agrícolas. A pesquisa utilizou dois procedimentos para a coleta de dados qualitativos: entrevistas exploratórias semiestruturadas, realizadas a partir da seleção intencional dos participantes. Os respondentes foram: CEO, diretores das áreas comercial e de operações da empresa, 7 Representas Comerciais e 15 Produtores. Há uma dissonância entre o que a literatura prega de mudança de hábitos de consumo e o que o produtor acredita, e que há um halo de comunicação no meio da cadeia, onde as pontas da cadeia estão em um ritmo de conhecimento e desenvolvimento, no caso da pesquisa tanto a indústria como o produtor, e percebe-se neste caso pesquisado que o elo revendedor o que menos tem conhecimento tanto das mudanças de tendências do consumidor final, mais próximo dos produtores, quanto das macrotendências, informação mais acessíveis por órgãos de classe e consultorias, mais próximas às indústrias. Foi possível concluir que para a empresa em questão e seus stakeholders os produtos naturais e biológicos são o futuro do mercado de defensivos, porém ainda não há unanimidade dos produtores quanto ao uso de produtos biológicos/naturais. A cadeia varejista (por consequência o mercado consumidor) é driver fundamental para o desenvolvimento do mercado. Ainda há um gap de informação acerca dos termos de ESG e de certificações verdes entre os elos da cadeia de valor e que empresa analisada ainda está muito desconectada com o verdadeiro propósito ambiental e todos os seus benefícios.

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Publicado

2022-09-26